Devido a uma insatisfação geral por parte dos leitores quanto ao conteúdo cultural e informativo dos meus posts, decidi injectar-vos com um pouco de bom gosto lírico, com uma quadra do semi-nosso, semi-francês Bocage, que nos presenteou com soberbos e sumarentos nacos poéticos, inspirando-se em musas modernas encontradas nas mais diversas esquinas.
Arreitada donzela em fofo leito
Deixando erguer a virginal camisa,
Sobre as roliças coxas se divisa
Entre sombras subtis pachocho estreito.
De louro pêlo um círculo imperfeito
Os papudos beicinhos lhe matiza;
E a branda crica nacarada e lisa,
Em pingos verte alvo licor desfeito.
A voraz porra, as guelras encrespando,
Arruma a focinheira, e entre gemidos
A moça treme, os olhos requebrando.
Como é inda boçal, perder os sentidos;
Porém vai com tal ânsia trabalhando,
Que os homens é que vêm a ser fodidos.
Arreitada donzela em fofo leito - de Manuel Maria Barbosa du Bocage
quarta-feira, janeiro 28, 2004
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