sábado, setembro 15, 2007

O pranto do troglodita

"Estou aborrecido, por isso vou desbotar cardume." - disse o velho sábio da montanha mas que ninguém sabia o que é que ele estava lá em cima a fazer sozinho e como é que ele era tão sábio se não tinha contacto com uma grande parte do mundo nem um laboratório social restrito de modo a poder efectuar os estudos que originam na sua sapiência no fundo acho que ele é um bonito palhaço tipo um idiota da aldeia rejeitado e exilado como fora Jesus Cristo ou o Michael Jackson.

Agora que fiz o aquecimento, gostaria de colocar uma questão a todos, particularmente aos estudantes e formados em História da Arte. Cá vai:

O que é que as pinturas rupestres e os tags nos lavabos públicos têm em comum?

Talvez vos interessaria mais uma pergunta sobre macramé ou sobre a vossa página no myspace ou no deviantart a mostrar os dejectos que deitam para o ciberespaço como se fosse a vossa sanita mental barra digital. Ok, há pessoal que tem jeitinho. 5% de nutrientes não absorvidos pelo organismo. Azar. O resto merece sair cá para fora... Tenho de ver se paro com estas metáforas anais. Freud explica.

Voltando à questão que havia colocado. Imaginem a seguinte situação: o homem primitivo, no seu aborrecimento diário e demasiado tempo livre, decide dar uso ao seu corpo e mente. Ele exprime-se! Pinta homens perseguindo animais com lanças, e mais não sei o quê. Tudo isto entre refeições de animais previamente caçados, de bagas recolhidas, de acasalar com as mulheres a bem ou a mal, de tentar sobreviver em ambientes inóspitos, de estar em constante mudança de local... Eu diria que ele não tem muito tempo para se exprimir.

Ele olha para uma caverna e chama o pessoal "Epa, aguentem uma beca que tenho de ir ali à caverna esfolar o mamute" ou qualquer seja o calão que usavam na altura. O homem lá vai, baixa a carpete de pele de animal que tem à cintura e faz o que tem a fazer. "Ora bolas", pensa o homem, "ainda não inventaram o papel higiénico." Após olhar um pouco em volta... "Vai à mão que se lixe." E depois limpa a mãozinha na parede. Já viram aquelas mãos nas pinturas rupestres? Ah, pois é. Outros entretêm-se e fazem desenhos e retratos simplesmente por estarem aborrecidos ou por o mamute tardar a aparecer. Os que têm hemorroidal ou bolhas nos pés têm um acesso a uma nova palete de cores, etc. Tudo isto antes de haverem telemóveis e uma linguagem que permite expressar directamente as nossas preferências sexuais a estranhos, convidando-os a participar na caçada.

A pintura rupestre é uma arte que sobrevive ainda nos dias de hoje, numa vertente mais contemporânea. É livre. Pode ser admirada em praticamente qualquer lavabo público sem pagar preço de admissão, durante um momento relaxado, ajudando ao seu admirador na libertação do stress diário. E a melhor parte é que é de todos! Qualquer pessoa pode participar e deixar a sua pincelada na tela, mais uma pétala na flor, através de um diálogo artístico, seja complementando uma criação com uma componente escrita, por exemplo, "seu paneleiro nojento, deviam morrer todos" ou inspirando-se naquele momento de paz e gerar a sua própria criação com uma simples figura a honrar as pinturas dos antepassados de outrora, ou mesmo um poema ou citação idealista, que informe toda a gente de uma qualquer preferência sua, seja o seu clube, partido ou inclinação sexual, decerto que todos terão o maior interesse em ler.

segunda-feira, setembro 10, 2007

some velvet morning

Sou grande adepto da tecnologia, acho que os avanços têm vindo a facilitar a vida a todos, a nível desde saúde, transportes, agricultura e depilação genital. Ora, comecei este post há algum tempo e não sabia como o continuar mas para terminar em grande o ano idiota de 2008 vou pegar nele. Mas primeiro, vou justificar a minha ausência; há três meses atrás comprei, via internet, um candeeiro com rádio que dizia as horas em latim. "septem et quarentum sunt" dizia ele. E como eu gostava deste candeeiro. Muitas noites acordava com ele ao lado e enquanto lhe fazia festas no peito pedia-lhe "fala para mim, cachorrão". (normalmente quando estou a ter sexo com electrodomesticos falo brasileiro). Bem, dias mais tarde um senhor vestido de azul e com ténis amarelos bateu na minha porta. Eu fui falar com ele e disse "não tens nada que bater na porta, ela não te fez nada de mal". felizmente ele não levou a mal e foi-se embora.
Entretanto um outro senhor foi a minha casa e disse-me "ah, estou com problemas em embalar o meu bebé" ao que eu respondi "está a usar o celofane errado para isso, experimente papel de aluminio". Tambem se foi embora, problema resolvido. Um terceiro senhor foi lá, e desta vez havia seguimento com o assunto do candeeiro. Ele fazia parte de uma associação religiosa que fazia colecção de objectos que falam latim, para o provar ele mostrou-me um vibrador que, quando o ligou, disse "vibratum facet, porcum estis". Foi nesta altura que comecei a pensar em parar de escrever o post. Imaginei referir toda uma intriga milenar em que a cruz de jesus cristo lhe disse "crucificatum estis, idiotus" ao que cristo respondeu "foda-se". A partir daí começaram se a fabricar secretamente objectos que falassem latim, sendo o mais conhecido o abre latas verde que dizia "latum abrire de vez em quando".
Isto tudo acabou bem, vou-me centrar na questão inicial das novas tecnologias. É bom haver novas tecnologias. Dá para fazer cenas diferentes. Tipo cortar relva, que dá jeito. Ou aquecer água para fazer coisas. E é isso.
Espero que tenham tido um bom 2008. Continuo a achar que foi um ano idiota. Correu bem, mas não obstante, foi idiota. Tal como todos vocês que perdem tempo a ler o que escrevo são idiotas, tal e qual 2008. Vocês são uma cambada de 2008.

domingo, julho 08, 2007

"Very good, but bricks don't fight back..."


O tempo passa, os tempos mudam, as próprias pessoas mudam... De vez em quando existem fases de transformação que influencíam com maior ou menor importância as vidas das pessoas; aquele local, aquela pessoa, tudo aquilo que damos por garantido mais cedo ou mais tarde acaba por mudar ou simplesmente deixar de existir...
(E não, não estou deprimido. Foda-se! )

"Good luck and happy trails".

segunda-feira, junho 18, 2007

Ode ao cozinheiro gingão que só gingava ao fim de semana

Com tanta porcaria que se escreve em Portugal a nível de poesia fiquei invejoso. Quero também escrever má poesia. Aqui vai.


gingava eu pela estreita rua abaixo
colher na mão, na outra um taicho
caminhava lento e despreocupado
até que parei para pensar um bocado

"não cortei as unhas, que desilusão!"
agora não tinha nem unha nem unhaca, mas sim um unhão.
Distraído com o problema em questão
Nem ouvi um estafermo gritar "grande unha, meu cabrão"

virei-me para ver a cara do mangano
era alto viril e cigano
disse-lhe para acalmar "deve ter sido engano
não sou cabrão, mas sim fulano"

fulano ou não, ele tinha uma faquinha
queria-me cortar às postas por não ter cortado a unhinha.
agressivo e antipático, era doente por asseio
ele olhou para mim e eu simplesmente olhei-o.

"ele vai-me espetar", disto tinha eu a certeza
vou morrer e não chego a casa para pôr a mesa
não cozinho mais coisa alguma, a cozinha é a minha vida
"ele vai-me espetar e a minha mulher fica fodida"

"vamos ser amigos, eu faço-te uma saladita
nada melhor para resolver uma disputazita
só preciso de alface, cebola nova e tomates
se me matares eu morro, e eu não quero que me mates"

(desculpem, isto foi muito forçado, mas vou continuar)

ele olhou para mim e sorriu ligeiramente
"tenho alface e tomates, e até algum coentre
faz uma salada digna de um banquete real
e safas-te de uma facada e ires parar ao hospital"

fiz então a salada, preocupado e muito nervoso
se isto me corresse mal o resultado era escandaloso!
"foi o melhor que consegui" disse-lhe com a voz a tremer
respondeu-me "cala-te um bocadinho, agora vou comer"

sacana do estafermo, deliciado com o repasto
a minha vida estava em jogo, o destino é madasto
mas ele sorriu e gritou "gostei disto aos molhos"
parou um pouco e sorriu-me "ó cozinheiro, vou-te partir os entrefolhos"

acordei nauseado e rasgado
magoado e torturado
escolhi mal o dia
para visitar a minha tia.
nem gosto da vaca
mas por não ter cortado a unhaca
acabei por encontrar naquela descida
o Raul, amor da minha vida

sexta-feira, maio 11, 2007

when bad people kiss

agora, a poeira assentou, os membros sobreviventes do blog poderão continuar a escrever posts disconexos e sem qualquer espécie de razão para o fazerem, justificando tal apenas com um tédio imenso. Não, não haverá mais troca de insultos entre nós, d' O Dia Seguinte, e os que já não são... aliás, o que já não é. Se estiverem interessados, leiam mais abaixo os posts anteriores e assim descobrem porque alguns ficam e outros... aliás, o outro (já referi que foi só um?) não. Passando à frente; ente conversas de café com uma imperial a acompanhar e tardes de esplanada a apanhar sol, ouvi alguém referir "ah, isso é nome que eu nunca daria ao meu filho"(relembro-vos que de facto as pessoas não começam as frases com "ah", é apenas uma idiotice das citações verbais na língua portuguesa). Devido a factos diversos, há uma série de nomes que eu não escolheria para filho ou filha minha. Passo a explicar.

Amílcar - em 1996, quando a foi criada uma associação cujos serviços médicos eram deveras caros e inacessíveis; era esta associação a AMIL (Associação Médica Internacional Ltda). Com o passar dos anos o preço decaiu, maioritariamente devido à concorrência (por exemplo da ACEM), tornando-se de acesso mais fácil. Ora, chamar ao meu filho Amilcar não faria sentido, porque a AMIL é, hoje em dia, barata, não iria querer enganar as pessoas fazendo má publicidade à empresa.

(Aproveito para pedir imensa desculpa a quem perder tempo a ler este post, isto vai doer)

Carlota - é óbvio, o nome é demasiadamente fácil para fazer piadas ordinárias. Não iria querer ter uma filha que sofresse a ouvir bocas do género "Ó Carlota, anda cá e faz-me o exame nacional de matemática". Seria errado.

Crispim - por desactualização. No Séc. XV existiu um bravo e imbatível soldado chamado Chris. Diziam que a sua armadura era sagrada e que o protegia de todos os golpes que lhe tentavam desferir. Ficou conhecido como o Chris Pim, sendo o "pim" a onomatopeia representativa do barulho das armas a resvalarem na sua armadura. O nome espalhou-se e chegou a nós na versão Crispim, em honra do soldado Chris. Mas não é um nome correcto porque hoje em dias as armaduras não fazem "Pim". Fazem "Toing" ou "Clang"...

Frederico - vem da frase "o Fred é rico". É mentira. O Fred já não é rico; meteu-se em negócios ilegais, como o contrabando de pardais e venda de fraldas em segunda mão. O Fred foi preso, violado e torturado. Hoje em dia o Fred arruma carros em Belém. O nome correcto seria Fredfodeu-se.

Natália - não vejo o porquê de tanta atenção dada ao Natal. Neste passar de tempo, diverti-me muito mais no Carnaval. Porque não Carnavália? Gostei também do 1 de Maio. Dia do Trabalhadorália? O Natal é sobrevalorizado, não ia querer contribuir para a propagação do mito natalício.

Emídio - o nome surgiu quando, no registo civil, o pai de uma criança recentemente nascida perguntou a alguém que passava "que horas são?". Por azar era um açoriano disléxico, que lhe respondeu "É midiu" (que será algo do género "é meio-dia"). O açoriano virou as costas, deu dois passos, espirrou e desiquilibrou-se, caindo em cima de um quiosque de venda de facas (que é comum haver no Registo Civil) e morreu. O pai do miúdo achou por bem dar-lhe como nome as últimas palavras do tal açoriano... Emídio.

O bom disto é que sei que cada post que passa eu consigo superar-me a escrever mais idiotices. Podem chamar-lhe uma regressão de inteligência ou uma evolução de estupidez, é como preferirem, eu cá gosto de moelas.

sábado, abril 21, 2007

Patrão fora, dia santo na loja.

Pois é caros amigos, encontrei-me eu em periodo de mudanças e consequente hiato "netístico" apenas para voltar à actividade bloguística e deparar-me com algo deveras perturbante... Então não é que o google comprou o Youtube?? Estes tipos querem mesmo dominar o mundo, se descobrem que velhinhas em bikini cor-de-rosa dão dinheiro compram os direitos para isso também.

Queria trambém desde já agradecer a todos os leitores que participaram nas votações d´O Dia Seguinte, sem eles não seriamos nem metade do que hoje em dia somos (até estou a pensar candidatar o blog para patrimonio mundial da Humanidade) e também agradecer os comments sempre pertinentes cuja acidez revela um espirito verdadeiramente salutar, mostrando que se pode ser sarcástico e cómico sem recorrer a faltas de respeito, insultos e/ou teorias da conspiração. Um grande bem-haja e muito obrigado!
Numa nota de novidades, gostaria de dizer que estou contente com a minha nova residência... o tecto está virtualmente "booger-free", o que me faz olhar para ele da mesma maneira que Dalí olhava para uma tela, mas mais estranho ainda; o Benfica foi eliminado da Taça UEFA o que me deixou muito triste, não o facto de ter sido eliminado, mas por ter perdido com uma equipa chamada "Espanyol"... deve haver coisa mais humilhante do que perder contra uma equipa com nome de elixir bocal? Chegou também a Primavera... pena que venha atrelada ao resto da família, aquele primo Abílio peida-se como se não houvesse amanhã :/... descobri também que se puser uma toalha de praia ao pescoço consigo voar... pena que só resulte se me atirar de prédios mesmo muito altos; consegui também finalmente acabar a minha tese sobre a vida sexual dos gambuzinos vampiros alentejanos ou os Nosferatum Gambuzinen Preguiçum...
Ah e o Oneiros vai sair do blog.
Tenho dito.

quarta-feira, abril 18, 2007

E o vencedor é...

E eis que o vosso bloguista [menos] preferido (a julgar pelo resultado das votações) regressa para aquele que será possivelmente o seu último post neste espaço.

Como reza o título, este post servirá sobretudo para anunciar o vencedor do poll criado pelo nosso criador Sephiroth e que decorreu durante o mês de Março.

E assim, sem mais delongas o grandes vencedor é...

[inserir rufada de tambor aqui]

A INÉRCIA!!!!!

Com a preguiça um próximo segundo lugar.

Pois é! Já nos encontramos no saudoso 18 de Abril, exatamente 18 dias depois do término suposto da votação, mas eis que as urnas ainda estão abertas.

Vá lá, é "O Dia Seguinte" quem esperavam que ganhasse, senão a inércia?

Desengane-se pois o nosso auditório se pensavam que a "rentrée" de Sephiroth e a sua prometida "lufada de ar fresco" era a charneira que iria marcar a revolução neste espaço com actualizações regulares, posts repletos de informação (mais ou MENOS) útil e algumas gargalhadas subreptícias. Não. Como já diziam os franceses "quanto mais as coisas mudam, mas elas ficam na mesma" ou em bom português "a merda é sempre a mesma, só mudam as moscas e o cheiro".

E agora numa nota mais pessoal (mas não muito) partilharei convosco meus leais súbditos... espera aí, só tive um voto... meu leal súbdito uma pequena informação:

Na boa tradição deste blog, arriscarei mesmo dizer dos primeiros em Portugal e dos mais antigos ainda em (semi) funcionamento, o real motivador da votação foi não a vontade de renovação e mudança, mas sim o escárnio e a hipocrisia (não fosse este o espaço preferido para a má-língua residir). Afinal, fui surpreendido circa 3 de Março com o refresh na skin do blog e o anúncio da votação, como imagino que terá acontecido com o Leonidas e O_Technokrata, não me recordando de ter sido consultado sobre qualquer espécie de renovação e subsequente expulsão de vários dos colaboradores deste blog. Foi nesse momento que do canto da minha mente surgiu uma memória secundária e afundada sobre toneladas de informação do dia a dia. Recordei-me de uma conversa que tinha tido com o Theydontsleepanymore (TDSA) umas semanas antes desse saudoso 3 de Março. Conversa essa que tinha consistido das habituais cavalidades e trivialidades que caracterizam o nosso dia a dia, tecidas e embrulhadas de tal forma que a frase do dito TDSA nem registou na altura. Frase essa que foi algo do estilo "Vamos mudar o blog, só vamos ficar eu e o Sephiroth".

Tendo esta revelação e reminescência agora presente na memória, perguntei-me naturalmente "Hein? Então para quê uma votação?"

E claro está. A resposta será sempre a mesma: hipocrisia.

Chegou à minha atenção que desta forma os nossos confrades (e uso o termo de forma solta aqui) TDSA e Seph conjuraram uma maneira recambulesca de se desculpabilizarem sobre qualquer vontade directa e interventiva na minha e dos restantes colaboradores eventuais expulsões. Seria assim apenas o resultado directo da vontade, até agora ignorada, das massas leitoras. Afinal o sistema de voto excluia o Seph por "direitos fundadores" do blog e podia ser facilmente manipulado para aumentar a votação do TDSA caso fosse necessário (o que não me parece que tenha sido de qualquer forma). Assim foi conjurada uma forma "democrática" e limpa de culpa para que Seph e TDSA pudessem assumir controlo deste espaço de forma exclusiva, e assim usurpar da minha posição divina enquanto deidade d' O Dia Seguinte.

Deixei esta charada continuar e prosseguir, sem sequer lançar um voto que fosse (por isso, não, o meu voto não foi o meu próprio) por dois motivos:

Primeiro queria ver até onde ia.
Segundo enquanto deidade acima referida, sou imortal e não posso ser eliminado da esfera sobre a qual existo. Podem eliminar-me enquanto bloguista deste espaço, mas o meu status divino mantém-se, e forçado a uma semi-existência como espectro de assombração, estripado dos meus poderes de criação de novos posts e quiçá até mesmo tendo os meus hipotéticos comentários selados e removidos, a rememberança da minha existência será suficiente para que alguns, poucos que sejam, me alimentem e dêem força. Gradualmente a minha essência retomará a sua plena força e eons passados desde a minha destituição os cultos Oníricos deste blog irão celebrar o meu regresso renascido como uma deidade bloguística sedenta da vingança e rancor. Os eons passados como espectro ter-me-ão transformado da forma resplandecente com que agora me apresento de Oneiros, criando em mim tentáculos e asas de morcego, e dando-me poderes sobre a sanidade do leitor, ao invés dos que agora possuo. Regressarei. Daqui a mil anos ou daqui a um milhão, não podem negar-me...

Não podem negar

O Chamamento de Onheirlhu!!!

MUAHAHAHAHAHAH!!!!


(man, este foi demasiado rebuscado até para mim... indago-me se alguém irá sequer compreender as piadas latentes... oh well...)

quinta-feira, abril 05, 2007

for reasons unknown

Encontrei-me com ela no café da esquina, como de costume. Acabei por levar as minhas calças de ganga e uma camisola comum. Achei a mini-saia pouco apropriada e o top vermelho muito fresco para uma noite destas. Quando entrei pela porta, ela já me esperava, com o seu ar de poucos amigos, um cigarro a meio numa mão e um pepino na outra... eu estranhei. "Cigarro? Ela não fuma". Sentei-me sem dizer nada. Ela posou o pepino e disse-me lenta e calmamente, arrastando as palavras "a minha prima tem um bidé a crescer-lhe na testa". Eu já esperava, mais tarde ou mais cedo iria acontecer. Aproximei a minha mão da dela que repousava em cima da mesa suja do café e falei em tom baixo e a tentar reconfortá-la. "não te preocupes, desde que ninguém se sente em cima dela não há problema". Ficámos em silêncio, submersos no ambiente pesado. Ficámos pelo café até fechar e sermos os únicos. Deixei-a na paragem do autocarro para a Picheleira, e fiz diversos comentários sobre o nome do local "ah, o que é que dá a mistura de uma picha com uma chaleira?" ela não sorriu, limitou-se a olhar para baixo e murmurar carinhosamente "vai morrer longe meu cabrão". Eu acenei com a cabeça, sorri e beijei-a em tom de despedida. Caminhei pela cidade, onde obviamente fui violado por um alcoólico sem-abrigo. Chamava-se Tomás. Deambulei a pensar na prima dela, com algum receio do futuro. Pensei também no Tomás e na sua garrafa de Casal Garcia. Pensei que se um dia for bailarino, mudo o meu nome para Nabiçov. Cheguei a casa 2 horas depois, onde adormeci facilmente, cansado e ainda dorido. Acordei com o indiano a tocar flauta, como sempre. Nunca mais soube nada dela depois da piada da Picheleira. Hoje, aprendi a manter-me calado e não chatear pessoal que tenha primas a crescer bidés na testa.

sábado, março 17, 2007

A Decadência da Sociedade Ocidental

Caríssimos,

Once more into the breach! E o meu tópico de hoje é um assunto sério e triste, um flagêlo terrivel que assola a nossa sociedade. Obviamente que me refiro a mulheres a falarem sobre malas e sapatos.

Um carcinoma da sociedade, nós homens somos ocasionalmente apanhados nesta terrivel maleita e forçados, sob tortura terrivel, a responder a intermináveis perguntas sem nunca saber o que dizer.
Assentimos com a cabeça, fazemos ruidos de aprovação, esgalhados elogios ou comentarios diversos, sempre com um sorriso condescendente e afirmativo na cara. Passada a provação, notamos que a nossa opinião é completamente inutil, visto que a creatura já sabe à muito tempo o que pensa sobre o seu novo sapato ou mala, e claro que inevitávelmente vai dar ao mesmo: COMPRAR MAIS!

Mas porque raio é que eu, um membro exemplar da pureza da raça masculina, quereria comentar ou sequer questionar-me sobre o valor estético de um par de "moccassins vermelhos de verniz com berloques" ou uma mala qualquer que custou 7 grades de cerveja (sim, meu caros compatriotas, sintam a dor e o ultrage ao avaliarmos os artefactos de adorno de acordo com os litros de cerveja que podiram ser comprados).

Vejam bem - e a leitora feminina aprenda com estas palavras de sabedoria - se uma mulher nos pergunta pelos seus sapatos, esforçamo-nos por dar uma opinião opaca mas sincera. Agora se se chegasse ao pé de mim e me dissesse "olha, passei pela Lacoste e vi uma mala girissima, mas quando ia a pagar pensei em ti e gastei o mesmo dinheiro em grades de minis! o camião esta la fora, podes servir-te quando quiseres!".
Isto sim, é uma mulher que sabe lidar com homens.

Quando for Presidente do Conselho muito irá mudar neste país...

sábado, março 03, 2007

Cartas de Ivo Lima e as Bandeiras dos nossos Pacos

Há uma grande angústia que sinto que tenho de partilhar com todos...

Esta semana aconteceu-me a pior coisa desde a semana anterior. Não desejo esta desgraça a ninguém, nem mesmo ao meu pior inimigo. É natural, faz parte do ciclo da vida e morte, mas não posso deixar de chorar a sua perda, que também é minha. O meu cartão de memória da Playstation 2 foi-se. É verdade... Morreu, coitadinho... E com ele, dezenas de jogos com centenas de horas cada um, perdidos. 126 horas no Dragon Quest VIII e mais não sei o quê... Foram mais de 2000 horas de jogo perdidas! 2000 horas da minha vida! São quase 90 dias de jogo non-stop! Isto coloca-me uma questão existencial que não tinha colocado anteriormente, mas que o deveria ter feito: what the fuck am i doing with my life? Sim, jogar é porreiro e tal, mas será que quero mesmo voltar a dispender de outras centenas de horas para voltar a ter tudo como tinha? "Unlocked characters" nos jogos de luta, todos os finais de inúmeros RPG e mais e oh caralho... Esta situação deixou-me irado, como podem reparar pelo meu uso de palavreado rude digno de um trabalhador das obras no metro da Amadora. Já agora, como é que um trabalhador das obras do metro manda os seus bitaques às senhoras? Não tem andaimes nem uma posição (mais ou menos) segura para poder espreitar decotes e evitar um par de estalos ou para se fazer ouvir em alto e bom som. Mas também deverá ter o seu lado bom, pois terá uma posição privilegiada para espreitar pelas saias das senhoras e permanecerem na penumbra... Não se admirem, as senhoras mais jovens e as meninas mais desenvolvidas, de um dia irem a passar ao pé duma tampa do esgoto e ouvirem uma voz masculina com eco a perguntar se o soutien é a condizer...

Voltando ao meu ponto inicial, não tenho paciência para a maioria. Talvez possa usar esta circunstância mais como uma desculpa para voltar a jogá-los e reaver algumas das coisas que havia adquirido. Que fique assente que tudo isto é uma perda de tempo, diga-se, mas é uma boa perda de tempo. Estarei de luto durante os próximos minutos, onde não falarei com ninguém, não beberei alcóol, não tomarei drogas e tentarei não respirar. Errr... Pensando melhor, acho que este desabafo já contou como um minuto de silêncio, por isso vou voltar para o vício com um cartão novo...


Foi um desabafo. Foi uma perda de tempo.
São 2 minutos da vossa vida que nunca mais poderão reaver...
Pensando bem... não pensem nisso.

quinta-feira, março 01, 2007

Sweepstakes

Bem, como rentreé bloguística e em jeito de lufada de ar fresco no bolor e mofo instalado neste espaço, achei por bem e consultando... bem na realidade não consultei ninguém porque sou um déspota de primeira água, promover a primeira "O Dia Seguinte sweepstakes", ou seja, pôr esta gente toda toda a varrer estacas. Não, a sério chega uma altura na vida de um blog em que temos que separar o trigo do joio.
Tendo isto em mente, decidi em conjunto comigo próprio e com o verme chamado George que vive no meu umbigo, promover um pequeno concurso de forma a revitalizar aqui a casa... comecei por alterar o layout de modo a que a javardice neste blog não pareça que escorre pelos monitores abaixo, ou acima se o leitor for contorcionista e consiga ler de pernas para o ar. O próximo passo, e atentem à genialidade da ideia, foi fazer do proximo mês de Março um autêntico concurso de postagem aqui no blog... sendo que será o leitor a escolher quem deve ou não ficar como colaborador através dos comentários ao longo do mês e no final procederemos a uma votação. Difícil? Talvez, mas assim não terei a responsabilidade de ter que ser eu a fazê-lo; assim sendo, vamos a por esses dedinhos a trabalhar e fazer com que este degradante espaço volte a ser o que já foi... um pintelho enrolado nas cuecas do blogger que dói à brava de cada vez que ele vai cagar.
Vamos a eles cambada! Ah e... tenho dito(confesso que já tinha saudades de dizer isto).

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Come on, Eileen

Ocasionalmente, o blog necessita de pequenas pausas entre as criações de posts. Esta foi uma delas; estivemos ausentes, viajámos até Santa Comba Dão onde substituímos o "Dão" das placas por "Tiram", perguntando insistentemente a toda a gente o que era uma Comba e o que devíamos fazer se víssemos uma na rua.
Subimos um pouco mais em direcção ao Alto Minho só para ir a um restaurante e ter o prazer de pedir um prato de Rojões à moda do Minho, fazendo apostas de quem se iria rir primeiro a dizer "Rojões". Voltámos para o Sul, Alentejo, e ofendemos aldeias inteiras com piadas sexuais que envolviam as palavras "chaparro", "jumento" e "esfíncter". Acabámos por ser todos espancados por alentejanos com samarras e capotes. Voltámos a Lisboa, onde descansámos. Estamos, então, prontos para retomar as rédeas do posting inútil ou, pelo menos, eu estou. E, como dizem, "quando a galinha põe um ovo colorido o galo mata o pavão", vou directo ao assunto...
Há algumas coisas que me preocupam na sociedade portuguesa. A que mais me assombra o pensamento e me afunda num mar de ponderação constante é porque é que o bonequinho de sinal vermelho dos semáforos tem os pés para o lado? A pessoa que os desenhou usou um deficiente como modelo "ah, fica aí paradinho e não te babes, vou só fazer um desenho da tua fantástica silhueta". Bem, ok, não é isto que me preocupa, mas sim uma questão mais séria. Estava eu na rua e vi um anão, algo comum, vêem-se com frequência, mas este era incomum mesmo para anão. Ora, se pensarmos um pouco, o nome já ridiculariza um pouco, porque na Lingua Portuguesa o "-ão" é utilizado como aumentativo, e em latim "um" é uno. ao longo do tempo o "u" caiu e transformou-se em "a", ficando ano + ão, daí anão, "um grande". Acho mal gozarem com os anões. Continuando, vi um anão, algo que me impõe questões sobre as idas à retrete, será que eles usam uma lista telefónica? Se não, têm que ter uma óptima pontaria, e contando que em média se vai urinar 2 ou 3 vezes por dia, concluo que os anões dão snipers fantásticos, e com o seu tamanho reduzido certamente passariam despercebidos no campo de batalha e são alvos difíceis. Se os anões decidirem invadir o mundo irão certamente conseguir. Bem, continuando sem mais divagações; o que me frustrou neste anão em particular é que era estrábico, o que lixa um pouco a minha teoria ranhosa sobre os anões snipers.
É como Platão disse, "algo não pode comportar em si mesmo o seu oposto", ou seja, ser e não ser, ser magro e ser gordo em simultâneo; um anão não pode ser estrábico, teriam que criar uma casa-de-banho com sanita lateral ou ele teria que mijar de lado a apontar para a frente. Fiquei tão confuso que desfaleci e acordei num descampado todo nu com 10 euros ao lado e um cartão de negócios de um coleccionador de antiguidades. Para terminar, descobri que existe uma fobia a pessoas carecas, chamada "peladofobia" e que Lygirofengofobia é medo de barulho e luzes do dia.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Sniff*sniff... Do you smell that?

Deixaram um cadáver humano ao sol nos últimos 4 meses ou foi só o blog que morreu?

Se calhar é o cheiro ao sumo do pacote do Theydontsleepanymore (mania de mudar os nicks, que mal tinha Raw?)

Olha... estou vivo!

MUAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH!

More to come? Dunno, stay tunned and find out!