sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Here I am, Once again, On the bottomless pit, Rock bottom I have hit...

E eis que mais uma vez me vejo forçado a escrever um post "sério". E por "sério" quero dizer que vou deambular sem coerência ou rumo pelos meandros da minha psiquê, ao invés dos mais tradicionais posts "não-sérios" que apesar de úteis e com a sua seriedade própria, não são aquilo que este vai ser... eu disse que ia pegar na coerência e atirá-la pela janela...

Buckle up...

Como aquele raro leitor frequente aqui d' O Dia Seguinte já terá percebido, não sou uma pessoa de fé. Faço dos deuses a minha (pseudo) humorística marca registada, com eles gozo, deles debato os meandros dos sistemas a que pertencem enquanto desmonto as possibilidades das suas existências "reais" independentes dos autos de fé. Por outras palavras, não acredito em deuses ou Deus, Alá, Buda (enquanto divindade Zen), Shiva ou o que lhes quiserem chamar. Posso ter uma paixão obecessiva com mitologias e teologias, mas não acredito na possibilidade física e meta-física da sua existência, como (por exemplo) o teclado em que agora teclo este texto, existe.
Mas minto. Sou uma pessoa de fé. Simplesmente não a coloco em símbolos iconográficos mais ou menos atrópomorfizados, cuja real função é imposição da figura paterna (ou materna) para manter um código de morais arbitrárias.
"Então e essa coisa que usas, e que é um símbolo religioso Oneiros?" diria o leitor que me conheça pessoalmente. Simples, uso-a por uma questão estética, identitária (depois de 3 anos e meio a usá-la começa a fazer parte de mim) e porque gosto das evocações simbólicas que ela me trás. Não que acredite na existência (ou não) de qualquer "poder" ou "entidade" ou whatever ligada à imagem. Mas como todo e qualquer bom símbolo, é portador de duas faces. A imagem tridimensional que compõe a sua essência real, ou seja, a coisa per se. E por outro lado, a mensagem transmitida e evocada pela sua mera presença, história e ligações processuais histórico-lógicas, ou seja, o que a imagem evoca. Símbolo, signo, significante e significado. Caso não tenha percebido o palavreado caro que estou a arremessar sem uma real preocupação de coerência (como já tinha dito) ou sequer sentido gramatical, estas quatro palavras e um bom dicionário devem ajudá-lo (se possuir dois dedos de testa) a perceber o que quero dizer.

Tudo isto para dizer que não acredito no que os católicos chamam Deus (ou Jeová), os Islâmicos chamam Alá e os antigos Egípcios chamavam a Casa de Heliópolis.

Apesar disso, às vezes penso que se de facto eles tivessem razão, então o Criador decidiu fazer uma piada cósmica a que chamou Oneiros...

Desengane-se já. Não vou fazer o "post do choro" em que exponho dramáticamente uma série de futilidades ocorridas recentemente que me levaram à beira do suícidio numa tentativa de chamar a atenção e/ou provocar comoções e/ou engatar alguma pita mais sensível que por desiquilíbrios hormonais ache que também ela é uma vítima do mundo cruel que nos rodeia.

Sim, o mundo é cruel. Sim, estou deprimido. Sim, estou assim por uma série de futilidades. Sim, estou a fazer um post. Não, não vou contar o que se passa (pelo menos não aqui), nem criar empatias com a EsKiZoFrÉnIcA16 que também é uma vítima cruel do sistema.

Apenas estou de novo com insónias, apeteceu-me vir fazer um post e não queria fazer um copy-paste-edit do meu último. Então decidi pegar num monte de palavras caras e atirá-las à vossa cara. Quem conseguir decifrar metade do que quis dizer na primeira parte do post, ganha um prémio.

Vou fumar um cigarro, escrever uma carta (e sim, na carta contarei o que se passa), e trepar paredes até desmaiar de exaustão como ontem...

Oni, signing off

4 comentários:

Oneiros disse...

Depois de reler o post fiquei com a sensação que tinha dado a impressão que me quero suicidar.

NÃO!!

Algures num post lá atrás já dei opinião sobre suicídio, mas repito-a resumidamente: é a pior cobardia e nem o consigo imaginar como possibilidade de caminho a tomar (excepto a Eutanásia e mesmo essa só numa base de caso-a-caso).

Além disso como referi, não sou própriamente uma pita com hormonas desiquilibradas que se quer suicidar por uma sequência de futilidades.

O que estou a passar É fútil, eu sei isso, sei que é estupido ficar assim por tão pouco (ou tanto), mas no fim do dia e depois de tudo dito e feito, até divindades como eu são humanas.

Unknown disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Unknown disse...

"Nós nunca nos realizamos.
Somos dois abismos – um poço fitando o Céu"

Já dizia Bernardo Soares. Um dia acordas, e notas que ainda não ganhaste a lotaria, que a miuda gira que viste no outro dia continua com namorado, que - o horror - temos um paneleiro como PM e - ó deuses ingratos - o Belenenses não ganha o campeonato à 70 anos.
Resta-nos então, senhores de nós proprios, comer os cereais matinais, e dissipar a impotencia da nossa mente nos primeiros bafos dum John Player.
Mas que remedio, já dizia BS:
"Ser compreendido é prostituir-se", portanto mantem-te pobre, e virgem de cu.

Nós gostamos de ti assim. :)

Seph disse...

O Belenenses mete nojo aos cães!