sexta-feira, dezembro 03, 2004

É Natal é Natal, e ninguém leva a mal...

... ou algo assim do género.

Pois caro leitor, eis que voltamos mais uma vez a esta bela época do ano em que meio mundo faz anos, mas todo o mundo celebra o aniversário daquele que já nem ossos é... vou-vos contar uma estória, já há muito devida e por mim prometida... aqui vai:

Era uma vez (como todas as boas estórias que se prezem, começam com "Era uma vez...") numa terra muito, muito distante (todas as boas estórias que se prezem também se passam muito, muito longe, "in a galaxy far far away...") um pobre carpinteiro que havia casado com uma pobre virgem. Eram pobres mas felizes (não sei porquê, mas todos os heróis de todas as estórias (que se prezem) também vêem sempre de famílias muito pobres e geralmente felizes ou em vias de se o tornarem), e apenas um pequeno promenor estragava a felicidade do nosso pobre carpinteiro... sua esposa insistia em manter a virgindade. E assim vivia o nosso pobre carpinteiro, feliz mas sem sexo (esta estória começa a soar muito suspeita não sei porquê...). Até que um belo dia, a sua esposa anunciou que estava grávida, mas que ainda era virgem. "Foi o Espírito Santo, homem, foi ele que me engravidou. Chama-se imaculada concepção, e o meu filho vai ser o Salvador". A esta espantosa afirmação o pobre carpinteiro, depois de recuperar do choque, respondeu "Salvador o caralho!!! O raio do catraio vai mas é chamar-se Jesus que isto aqui é a Mesopotâmia e os meus amigos do prostíbulo iam achar estranho se o meu filho não tivesse um nome Mesopotâmio... e olha, aviso-te já que vamos mas é emigrar para o Egipto porque por aqui todos vão saber que me meteste os cornos oh vaca do caralho... és virgem és... e não penses que isto fica assim minha puta!!!".
E foi assim que após o tal Jesus nascer que a família de carpinteiros migrou para o Egipto. A vida de Jesus foi curta mas cheia de eventos, desde três gays magos que lhe ofereceram prendas gay para assinalar o seu nascimento (a sério quem é que oferece ourina, incenso e mirra? Dêem mas é umas playstation ao puto para ele crescer psicóticamente saudável como todos os outros putos), até soldados romanos a tentar encontrá-lo por todo o império oriental (que nesta altura já os romanos tinham dois impérios), e um bando de "colas" (doze para ser mais exato) que depois de muitas brocas fumarem acharam que ele era o Messias (quando na verdade, como já vimos era Jesus e não Messias ou Salvador ou qualquer outro nome idiota) e punham num pedestal. Jesus teve uma vida boémia. Bebeu até achar que o vinho era o seu sangue (e de facto devia mesmo ser, que com uma taxa de alcoolémia como a dele é mais vinho que sangue), comeu até achar que o pão era o seu corpo (aqui atribuo as culpas inteiramente às drogas alucinogénicas e ao álcool), fodeu com putas (*COF*Maria*COF*Madalena*COF*) e vendeu drogas até paraplégicos acharem que andavam e cegos acharem que viam. Aconselhou os fracos a terem orgulho na sua fraqueza, e nunca teve um dia de trabalho honesto. Não seguiu o caminho do pai e não enverdou pela carpintaria, preferindo gastar os seus dias a vender drogas, beber álcool e debitar asneiras para os doze colas que lhe achavam muita piada... até que um dos colas se fartou e achou que era melhor por o "Messias" a render. O resto contam os padres que ele sofreu muito e foi picado e cortado e torturado... enfim todos vimos A Paixão de Cristo. Na verdade com a quantidade de drogas e álcool que ele tinha no sangue eu pessoalmente duvido que tenha sentido mais do umas comichões nos pés e nas mãos... mas isso são interpretações.

E agora, dois mil e quatro anos depois (fora uns quinze anos que se esqueceram de contar, aparentemente), todos os anos o deus Capitalismo verga-nos a vontade e força-nos todos a congregar aos seus templos do consumo como o Vasco da Gama ou o Colombo para, por umas dezenas valentes de contos (na moeda antiga), "celebrar-mos" a vida deste bêbado, drogado, dealer, slacker e gigolo que era o menino Jesus, sob o pretexto da solidariedade e comunhão dos povos e yada-yada-yada o mundo é cor de rosa e somos todos felizes...

E algures na Mesopotâmia, no próprio lugar onde o tal Cristo nasceu, um muro a que chamam cerca de quase 800 kilómetros está a ser erguido para separar dois povos que partilham o mesmo espaço, recursos e território à mais de 5000 anos...

É como diz Bill Watterson (criador do Calvin & Hobbes seus ignorantes) "O Natal é isto: programas de TV de hinos a louvar a paz e harmonia, interrompidos de 7 em 7 minutos por anúncios a louvar o consumismo e a ignorância" (ele não diz exatamente assim, mas é como eu vejo).

Viva o Natal!!

5 comentários:

Oneiros disse...

epá naquela... quando quiserem explicar estes comments tão na boa, o pessoal é todo ouvidos (ou melhor, olhos)

Anónimo disse...

ahahahah.
já agora, mandei um mail para odiaseguite@, mas até agora, nada, n, a, d, a. assim, desisto, oooooh....
rndy

Oneiros disse...

talvez se tentares odiaseguinte@yahoo.com resulte... não sei digo eu, ali o "N" a seguir ao "I" custuma ajudar...

Seph disse...

lol, ora aí está o estereótipo do leitor d'O Dia Seguinte... :D

Anónimo disse...

rndy said...
ahahahah ya pá, tava a escrever mal, mas não era a falta do "n" era no servidor ahahaha
sou mesmo