"Requiem Por Uma Rima Forçada Que Só Aparece No Final"
meu pardal meu pardal
minha rosa no canteiro
meu alecrim com cheiro
minha sinfonia de Chopin
meu algarvio com tia alemã
ah pardal pardalano
cantas para mim e para o cigano
melhor que uma cigarra ou um tucano
és o rei da melodia
és o mais famoso pardal da mouraria
mas pardal pardalito
tens um cheiro esquisito
e cantas como o Danny Devito
às vezes apetece-me dar-te porrada
ou amordaçar-te e deixar-te a dentro de um saco na estrada
oh pardal pardalinho
que tanto cantas no teu ninho
qualquer dia vou-te ao focinho
faço-te uma espera à porta do trabalho
com os meus amigos da tasca, o Silva e o Carvalho.
chiça pardal, pardal
meu inutil animal
minha ceifeira de portugal
meu semáforo emocional
meu grande atrasado mental
Minha grafonola desregulada
meu Nel Monteiro de rotação alterada
meu bacalhau sem alho
minha palha mulher do palho
pardal pardaralho
és um chato do caralho.
e um pequeno bónus, também de poesia, mas desta vez importação dos haikus japoneses para a versão portuguesa que se está a cagar para o número de sílabas. Chamo-lhes Haikumi Tuakota
[ cai a neve e
na mesa de cabeceira mais
uma nota de um cliente ]
[ao contrário do difícil de olhar para o sol
a tua mãe
é facil]
[o urso e a lebre
em nada se comparam
à cabra da tua mãe]
[se a tua mãe nevasse
e tivesse nome de estação
chamava-se 5 Euros]
[tal como as folhas perdem cor no Outono,
também a tua mãe
cobra mais na Páscoa]