quarta-feira, março 23, 2005

Matt Damon

Eu vou explicar melhor a parte séria do meu post anterior, já que a televisão é uma merda e não tenho nada de jeito para ler.
Começar do início (sempre bom para começar): aquando a adolescência, o ser humano sofre uma série de alterações físicas e psicológicas que o encaminham para a maturidade. Voz grossa, pêlos em locais diversos, pequenas concentrações de sebo faciais, etc. E é nesta altura que se começa a ter uma maior consciência do social, do que nos rodeia, ao invés do simples mundo familiar (vá lá, vocês percebem, não compliquem). Surge a necessidade de amigos. Amigos não isolados, ninguém tem 1 amigo no secundário, não se vai tomar café ou sair sistematicamente com 1 amigo. Mas com amigos. Esses amigos formam um grupo. Ora, se querem fazer parte do grupo, têm que se integrar. Se se querem integrar, têm que praticar aquilo que eu chamo "comprar o pacote".
O "comprar o pacote" consiste em admitir as propriedades comuns mais vincadas do grupo, mantendo alguns especificidades pessoais, em nome de um grupo sólido.
Há vários factores importantes e basilares que podem construir um grupo: música, política, drogas, etc. É o comprar o pacote que define essas propriedades.
O "gótico" que eu falei é o tradicional gajo que se veste de preto; ouve Moonspell, é deprimido, porque todos os amigos o são e tem a mania que é artista, principalmente poeta. Ora, eu nunca achei piada a poesia, muito menos à que eles fazem, que fica óptimo a coincidir com uma foto a preto e branco deles ou de Sintra no DeviantArt. Este pacote é um dos que, hoje em dia, acho mais ridículos. [pequeno copy/paste: Favourite genre of music: Melancholic Heavy Metal, Death Metal Melodico, Goth Metal, Industrial....omg]
Há também, por exemplo, os betos. Não os acho TÃO irritantes, mas são um pouco; eu não queria entrar em muitos pormenores, por isso... cabelo. Tipo, cabelo. Acho ligeiramente feio, o pior é que são cada vez mais com aquelas trunfas sebosas e oleosas a taparem a acne na testa com as suas sweats compradas numa surf shop com o seu photoblog com os ténis à skater porque eles não querem ser betos querem ser radicais, andar de skate fumar brocas beber cerveja. Blargh!
O problema disto? É que eu tenho moral para falar, eu já passei por isso, já tive que me moldar e adaptar a grupos, e terei sempre que o fazer para viver em comunhão com a sociedade. Mas no meu tempo não era assim (sou bué velho). Não havia escolas inteiras, alunos em massa a vestirem-se de igual. Oh claro, haviam uns quantos grupos diferentes, mas nada que se assemelhe a isto, a esta epidemia, este vírus! É UMA DAS GAITAS DO APOCALIPSE!
E porquê o meu desagrado? Porque existem. Porque entram no meu campo de visão e respiram o meu oxigénio. e diz o Oneiros "eles se calhar também não gostam de ti". Ok, whatever, eles que se quiserem que se manifestem, não precisas de defender os fracos oprimidos e ridículos. Aquelas franjas....Argh!
Bem, resumindo, é importante ter a noção que estes seres humanos andam aí, vazios de personalidade, com os seus pacotes atrás.e Diz o Oneiros "Tu também andas com o pacote atrás". Ao que eu respondo com um gordíssimo, majestoso e rebuscado UER.
Não ouçam só um género de música, não vão sair só para um género de sítio, não leiam as mesmas coisas, não vejam os mesmos filmes. Tenham as vossas preferências, mas não pelo grupo, pelo vosso gosto. Eu ouço Justin Timberlake, acho que o álbum tem uma construção muito boa a nível electrónico e uns grooves muito engraçados. A voz dele é entediante. Ouço porque gosto, não porque todo o meu grupo ouve. Sim, hoje escrevo história; Políticos deste país! Abram as portas para a cultura e encerrem as fronteiras para os imigrantes!

sábado, março 19, 2005

a regalia de ter um comando para o lavatório

Escreve-se muito em Portugal, tenta-se criar algo bom e criativo, mas só sai porcaria (ver DeviantArt). Pseudo-escritores surgem aos enxames, a incinerarem a língua portuguesa com os seus nacos de bosta, recorrendo à poesia para manifestarem sentimentos fatalistas que lhes fica bem ter. Isso irrita-me, mas seduz. Por isso, hoje vou presentear o leitor com a minha poesia. Chamo a este soneto "Fui à Sumália comprar pão-de-ló caseiro"

Tenho papel higiénico às cores
Para limpar o meu dejecto
Mas às vezes fico com tremores
E algumas dores no recto

Comprei folha macia
Para atenuar o sofrimento
Resultou em alguma azia
E um estranho corrimento

Triste sina ao limpar
O medo de magoar
O meu sensível bujon

Vou-me habituar
à ideia secular
de "à caçador é que é bom"

E pronto, agora em honra aos gós por esse país que sentem uma enorme dor de viver e que já mandavam um tiro nos cornos em vez de infestarem o espaço cibernáutico com a sua poesia, aqui vai o poema "sou gó, ouço Deity of Carnification e vou cortar os pulsos com um corta-unhas"

Ninguém gosta de mim porque sou diferente
Tenho uma vida de tédio e chata
Mas não me apercebo do meu cérebro dormente
E da minha existência comparável a uma barata

Estou farto da vida e quero tomar comprimidos
Porque os gós são todos iguais
Somos todos uns deprimidos
A tristeza dos nossos pais

Tenho um site na Deviant Art
Porque sou bué intelectual
Tenho fotos a preto e branco
E não tenho retenção anal

E fico-me por aqui, deixando claro que a poesia que escrevo É poesia, independentemente da falta de qualidade, mas se formos a ler certas escrituras que andam aí na net, isto é arte, da mais bela que existe.
Ah sim, não só os pseudo-gós me irritam, também não acho piada a esquimós e tenho medo de sofás azuis.